A Lei da Nacionalidade

Há pessoas, mal informatadas, que não têm a mínima noção do que é patriotismo, de acordo com as tradições, normas e leis do angolano cabritismo. Essas pessoas poderão ser bem educadas e formadas, mas não respeitam os padrões do presidencialismo feudal que caracteriza o reigime angolano actual.

Por Domingos Cambunji

OparaLamento de Angola aprovou uma nova Lei da Nacionalidade que, fundamentalmente, diz que só o Presidente tem autoridade para decidir quem é cidadão nacional ou não.

As pessoas têm de compreender que Angola não é um país atrasado, como são os casos do Canadá, EUA, Suécia, etc.. Daí o facto de a Lei da Nacionalidade ser muito restritiva, estando dependente do capricho do Presidente querer e poder decidir conceder a cidadania aos seus servos (leia-se monangambés).

Um amigo lembrou-nos de que em países da União Europeia pode adquirir-se a nacionalidade imediatamente após o matrimónio. Nos EUA essa possibilidade é garantida após três anos de casamento. Em Angola é cinco anos. Não poderemos comparar o elevado nível de desenvolvimento de Angola, com o subdesenvolvimento registado nos países que citámos como exemplo.

Daí compreendermos que a coisa, a partir de agora, seja muito mais difícil de se conseguir em Angola. Esta lei vai, assim, impedir que dois biliões de chineses e trezentos milhões de norte-americanos, para além dos europeus, provoquem um enorme engarrafamento no palácio presidencial de Angola, a mendigarem a cidadania angolana.

Todos nós deveremos perceber que esta iniciativa visa reservar e proteger um lugar na sociedade cleptocrática aos sindikas dos colos das futuras gerações descendentes dos Dos Santos e similares. No futuro, se for necessário sindikalizar alguma noiva ou noivo do clã, haverá sempre a possibilidade de arranjar um cambalacho ou esquema, sem necessidade de usar gasosa, para ultrapassar as limitações, ou de modificar a lei.

Vejamos um outro exemplo: imaginem que surgia em Angola uma pessoa, nascida no território antes de 1975, pretendendo adquirir a nacionalidade, com uma boa formação académica e profissional como jurista, constitucionalista, político e/ou professor universitário. Essa pessoa poderia fazer perigar o posto de trabalho de galináceos infantis que desempenham actualmente essas funções, com exagerados índices de mediocridade. É necessário preservar os postos de trabalho dos bajuladores do sistema para que a cultura da subserviência se mantenha activa na actual presidência monárquica e nas futuras gerações de clones zeduardinos.

Há quem diga que a Lei para conceder ou retirar a nacionalidade, nas entrelinhas e nas notas de rodapé, prevê a retirada da cidadania a quem for portador das doenças que estão a alastrar em Angola, como são os casos da Lepra, da Malária, da Febre Amarela, da Tuberculose e da Sida.

Nós compreendemos que quem não consegue abifar milhões dos cofres do estado e, em caso de doença, não possui dinheiro para ir receber tratamento médico no estrangeiro, nunca poderá ser um bom cidadão. Também concordamos que seja retirada a nacionalidade aquelas populações do Cunene e aos milhões que mendigam nas principais cidades, com fome, porque não contribuem para o enriquecimento do Presidente, dos seus filhos e dos seus generais.

Esse amigo, que nos lembrou sobre as leis de naturalização nos EUA e em países da União Europeia, recordou-nos que nada é estático, depois da descoberta da Teoria da Relatividade. As modas mudam, com elevada periodicidade, sem necessidade de existirem paranóicas invenções de planeamentos de Golpes de Estado.

Ele tem uma formação e um desempenho profissional num nível muitíssimo superior aos daquele galináceo infantil que é professor na universidade do catambor e de-pu-ta-do. Ele assistiu, em directo, aquele debate, em Washington D.C., em que o Louva Lo Zédu foi humilhado pelo Rafael Marques. Nós fartamo-nos de rir com o inglês sanzaleiro usado pelo Louva Lo Zédu e pela argumentação pacóvia que este tentou usar para fazer valer os seus sofismas, ambiguidades e mentiras, na defesa da Reipublicana Monarquia Angolana.

O Louva Lo Zédu é um excelente cidadão em qualquer reigime ou região em que a Constituição e as Leis são escritas e implementadas impondo a vontade dos patronos da vorrupção. Em Angola, enquanto a demagogia e a corrupção forem uma realidade legal, os galináceos infantis e os Louva Lo Zédu podem viver descansados, nunca perderão a nacionalidade, continuarão a ser considerados bons cidadãos nacionais.

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